sexta-feira, 15 de agosto de 2008

PAIS DE FILHOS ADULTOS

Este ano casei meus filhos: o rapaz em Janeiro e a moça em Fevereiro. Apensas três semanas separaram as duas cerimônias. Imaginei que o stress seria bem maior do que realmente foi. Na verdade, fui surpreendido por um sentimento de alegria e prazer. Que bom que tudo correu num clima de paz, sossego e harmonia! Além disso, fui iniciado numa condição para a qual já vinha me preparando há muito tempo: ser pai de filhos adultos.

Devo confessar, que na minha experiência pastoral, não encontrei uma fartura de exemplos positivos de pais que souberam continuar a fazerem-se presentes na vida de seus filhos, depois deles alcançarem a vida adulta. Na verdade, presenciei um aumento de tensão nas relações, ocasionando períodos de rompimento e transtornos terríveis. Aprendi com esses exemplos e talvez possa ajudá-lo.

1. Respeite a nova família que se formou, especialmente o espaço deles e o tempo que agora precisam dedicar ao cônjuge.

2. Aceite o fato de que ele não é mais o menininho que corria no meio da sala; e ela não é mais a princesinha que outro dia ainda brincava com suas bonecas. Esse período foi muito bom, mas admita: já passou. Faz muito bem lembrar de tudo com emoção, sentir saudades, mas é só. Ele agora é um homem e ela uma mulher. Aprenda a vê-los assim e conceda-lhes a oportunidade de governarem a própria vida.

3. Não os chantageiem. Isso não é honesto. Não é sinal de maturidade. Logo, não reclame a ausência deles falando em tom choroso que eles se esqueceram de você. Acredite, eles só estão ocupados com a vida e com o projeto de construir uma família.

4. Não se meta na vida deles. Se sua opinião for pedida, muito bem; se não, fique em silêncio.

5. Seja presente, mas sem tornar-se inconveniente.

6. Aproveite para conversar muito quando eles vierem à sua casa ou você for à deles. Evite temas que possam gerar tensões.

7. Continue a ter um sentimento de autodoação para com eles, buscando ser solícito e disposto a ajudar quando precisarem.

8. Ame-os muito, ao ponto de orar por eles todos os dias e pelos futuros netinhos.

9. Seja generoso todo tempo. A generosidade é uma virtude especial dentre as virtudes. Deus é suficientemente sábio e justo para recompansá-lo.

10. Retire a sua fantasia de super-herói, você não precisa mais dela. Eles não precisam mais do seu cinto de mil e uma utilidades, nem da sua super proteção. Acredite, eles sabem lidar com a própria vida. O reino animal é assim.

Com amor,

Pr. Weber

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

MORREU A MORAL CRISTÃ?


Fico muito triste ao ver uma criança entregue a si mesma. Fico triste pelos pais ao notar o despreparo para educar e o embaraço para lidar com situações tensas. Fico triste pelas crianças por vê-las desprezadas e entregues ao discernimento próprio – tão pequeninas e tendo que chegar a tantas conclusões sozinhas! Meu Deus, o que será da próxima geração? O que nos trará esta combinação de abandono dos miuditos e da ignorância dos seus pais – às vezes conveniente e outras vezes real e desesperadora? Drogas? Mais drogas? Muito mais drogas? Talvez. Quem sabe, coisa pior.
Tenho pensado muito numa escola para pais. Primeiramente, num currículo de nivelamento, ensinando a moral cristã, sua beleza e profundidade; a grandeza e lugar das Escrituras num lar cristão; o poder das palavras na formação das crenças; a importância do jeito manso e doce de ser dos pais na formação do caráter infantil... Depois, passear com os pais pelas doutrinas bíblicas e produzir um catecismo familiar, exatamente como Lutero fez. Conectar tudo isso com um programa de ensino na igreja local. Que Deus esteja a concordar com tudo isso, que Ele seja a verdadeira inspiração por trás de todas essas idéias. Mas, antes que essa escola possa nascer e chegar a beneficiar você, há algo que se pode fazer:
1. Alie-se ao seu cônjuge para não permitir que sua criança faça o que quiser. Filhos precisam de educação, e no processo de formação deles, vocês são os mestres.
2. Ensine a Palavra de Deus. Deixe evidente que sua casa é guiada pelo conteúdo exposto nas Escrituras.
3. Torne evidente que o amor, a segurança, a paz e a prosperidade que a cerca é proveniente da relação que a família tem com Deus.
4. Não permita que nada que fira a moral cristã ocupe espaço no seu lar, seja via TV, DVD, WEB ou qualquer outro veículo de comunicação.
5. Não aceite ser envergonhado em espécie alguma, por isso, ensine-os e se for necessário exija deles, respeito aos mais velhos e reconhecimento de autoridade.
6. Dê espaço para que brinquem, criem, saltem e divirtam-se. Faça isso com eles. Fará muito bem aos pais sentirem-se crianças outra vez e aos filhos poderem ter a presença dos pais.
7. Racionalize o tempo deles. Crie regras simples e fáceis de serem assimiladas, quanto aos horários, comportamento e responsabilidade individual.
8. Toque-os. Abraços, beijos, apertos, enroscos e rolamentos no tapete são terapêuticos e muito bem-vindos.
9. Ajude-os a ler. Se forem pequeninos demais, a compreenderem as figuras dos livros de histórias. Permita que eles segurem o livro, que sintam o cheiro e a textura do papel. Deixe-os ver como você e o seu cônjuge gostam de ler. Não se esqueça de que o texto e a possibilidade de todos terem acesso à verdade escrita é uma herança protestante, um ponto fundamental da nossa tradição.
10. Não tenha medo de corrigir, de impor limites e de disciplinar, lembrando sempre que a violência não é pedagógica, mas traumática e a mãe de muitas neuroses.
Com amor profundo,
Pr. Weber

segunda-feira, 11 de agosto de 2008


A semana está começando, inaugurando um novo ciclo. Novas oportunidades estão adiante e devemos estar atentos para elas. Oportunidades profissionais, acadêmicas, ministeriais, evangelísticas e familiares; oportunidades para concertarmos o que estragamos, fazer reconciliações, implementar mudanças e corrigir rumos.

Que bom que Deus não cessa de nos oferecer novas oportunidades! É sinal de sabedoria não desprezar esta dádiva divina.

Educar nossos filhos é uma dessas dádivas. Abrir mão de aproveitá-la ou ignorá-la, é fazer um investimento voluntário num futuro desastroso. A saúde da próxima geração depende do desempenho de pais cristãos na aplicação da educação cristã nos seus aspectos morais e doutrinários. A parte da Igreja é encorajar o exercício da autoridade doméstica e ensinar aos pais a anteciparem-se ao mundo na luta pelas almas das crianças e dos jovens, oferecendo treinamento e material substancial. Entretanto, as iniciativas espirituais dos pais, por menores e mais artesanais que sejam, são preciosas aos olhos de Deus e extremamente apreciadas pelos pequeninos, cujo anseio máximo é pela presença dos pais.

Pode parecer estranho, mas toda criança deseja sentir o cheiro dos seus progenitores; a textura da pele; o calor do corpo e o timbre de voz. Tudo isto é fundamental na comunicação plena do amor. Assim, se os seus filhos estão em idade infantil, não faça o culto doméstico com eles sentados como se estivessem na escola ou na igreja, o ambiente do lar deve ser diferente e necessita estar relacionado com intimidade. Ponha-os no colo. Deixe-os sentir o seu calor. Ore para que as coisas boas que você já alcançou em Cristo envolva a sua herança e a afete profundamente enquanto ouve calmamente a sua voz. Criança tem um poder cognitivo bastante limitado. Isto significa que elas não estão prontas para trabalhar conceitos e preceitos, mas são poderosamente afetadas pelo toque amoroso e pela voz suave.

Escreva para mim dizendo como foi a sua experiência.

Pr Weber

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

A DINÂMICA DO CULTO DOMÉSTICO


Sempre que falo a respeito de culto doméstico, vejo testas franzidas, olhares apertados e outras expressões diversas que sugerem a grande dúvida: O que é isto? Pouca gente sabe que esta tradição é tão antiga quanto a fé cristã, que desde os seus primórdios, esteve presente nos lares e no seio de cada família.

Culto doméstico é a reunião entre os membros de uma mesma família em busca de Cristo, orando, cantando e lendo as Escrituras. É o jeito mais simples de transmitir a fé aos mais jovens e garantir a unidade familiar.

A dinâmica de cada reunião varia de acordo com a faixa etária dos seus participantes e da idade espiritual de cada um. Por exemplo, se há crianças, tudo deve convergir para que elas conheçam as principais histórias e personagens bíblicos, num período que varia de cinco a quinze minutos de duração. Caso os filhos estejam no ensino médio, a reunião precisa ter um conteúdo mais doutrinário, e o momento de oração melhor preparado e pensado, com listas de oração, alvos dos membros da família e da igreja, sem esquecer as ansiedades naturais dos adolescentes; além disso, a leitura bíblica e a sua discussão deve ser estimulada.

O culto doméstico deve ser dirigido pelo pai ou pela mãe. Seu andamento, o menos rígido possível, mas com reverência e temor. Também deve ser um momento de estímulo amoroso e relacional, expresso na imposição das mãos dos pais sobre os filhos, seguindo um ritual milenar escriturístico, onde pais abençoam seus filhos.

Outro importante detalhe é que o pai surpreenda seus filhos a cada mês com uma nova literatura, segundo a faixa etária. A leitura precisa ser estimulada: livros cristãos, poesia, contos, história, artes... O momento familiar deve ser uma oportunidade de crescimento espiritual e cultural. O conhecimento passado de pai para filho é tão antigo quanto a raça humana.

A presença da música é fundamental. Sugiro que as famílias ensinem aos seus filhos os hinos históricos e que mantenham a sua coleção de CD´s em dia. Músicas infantís são muito importantes. Você poderá encontrar excelentes títulos no catálogo do nosso site www.reflexao.org.br. Caso tenha qualquer dúvida, entre no nosso site e clique no link (SOS família) e faça suas perguntas. Agora, o que é mesmo importante é começar.

Deus o abençoe!

Pr. Weber - Igreja Cristã Nova Vida / Vila São Luiz - Duque de Caxias

quinta-feira, 31 de julho de 2008

UMA DISCIPLINA PERDIDA

Culto doméstico é uma disciplina bem mais antiga do que você imagina. Na verdade, os reformadores fizeram uso dessa importante ferramenta de formação espiritual. Lutero, em especial, incentivava a sua prática e chegou a escrever um catecismo para aplicação familiar, cujos temas doutrinários eram abordados dominicalmente na sua congregação, seguindo um modelo pedagógico que envolvia pais e filhos. Que grande idéia!

A história, na sua expressão máxima, é o resgate memorial de fatos, não de idéias, nem mesmo de modelos. Faríamos muito bem se decidíssemos resgatar o modelo pedagógico reformado de inclusão teológica familiar, levando pais e filhos a encantarem-se com a mensagem bíblica e a teologia em termos simples e compreensíveis.

Não imagine que isto seja difícil e que esteja muito acima da sua capacidade. Deus jamais fechou sua Verdade em bibliotecas escuras ou entre as colunas de uma universidade. Sua Palavra ganhou expressão humana em Cristo, ganhou as ruas e arruelas; desceu aos guetos e entrou em lares, dando aos primeiros cristãos um referencial doméstico absoluto. Mas, perdemos isto. Deixamos para trás, abrimos mão, da glória da convivência e da saúde que risos soltos podem gerar no meio da sala. Sonho em poder ajudar esta geração de pais cristãos a recuperarem esta disciplina perdida.

Neste momento, a única coisa que você precisa é querer educar seus filhos no temor do Senhor. A este querer, permita-me orientá-lo com detalhes simples e funcionais. Caso o seu desejo seja trabalhar na edificação de uma família legitimamente cristã, envie um e-mail para prweber@terra.com.br e acompanhe as instruções aqui. Tencionamos colocar à sua disposição no nosso site as meditações diárias para o seu culto em família.

Que Deus o abençoe!

Pastor Weber Chagas (Igreja Cristã Nova Vida - Duque de Caxias / Vila São Luiz)